O Papa Francisco abriu hoje, pela manhã, os trabalhos do Sínodo da
Família. Dirigindo-se aos bispos presentes, o Santo Padre agradeceu o trabalho
de todos quantos colaboraram até à data na preparação do evento e elogiou o
espírito sinodal que esteve presente desde o início.
Francisco afirmou que «a sinodalidade é uma grande responsabilidade,
pois é preciso trazer os problemas da Igreja para os ajudar a caminhar segundo
o Evangelho que é a família», e por isso estabeleceu algumas condições de base para este Sínodo, para as quais pediu a atenção dos cardeais. «Uma condição de
base é falar claro. Que ninguém diga que “sobre este assunto não se pode falar”.
Um cardeal escreveu-me uma vez a dizer que havia assuntos sobre os quais os
cardeais não falavam, por causa do que diria o Papa. Isto não é sinodalidade,
pois temos de dizer tudo aquilo que achamos que o Senhor quer que digamos»,
considerou o Papa.
«Depois», acrescentou, «é preciso falar com ousadia e escutar com
humildade e de coração aberto» o que dizem os irmãos. «Com estas duas condições
se faz a sinodalidade. Por isso, peço que o façam com tranquilidade e paz,
porque o Sínodo faz-se sempre cum Petro et sub Petro [com a presença e sob a
presidência do Papa], garantia para todos e custódia da fé», referiu Francisco.
Os trabalhos da manhã para os participantes no Sínodo tiveram início
com a oração de laudes. Na ressonância da leitura, o Cardeal Lluís Sistach,
bispo de Barcelona, afirmou que o trabalho dos bispos «deve ser verdadeiramente
evangelizador». «Que os fiéis possam receber a Boa Nova a partir de evangelizadores cheios de alegria
em Cristo, e não tristes», pediu o prelado.
O Cardeal Sistach pediu que os bispos consigam «manter o sentimento do
Bom Pastor, que larga as suas 99 ovelhas para ir atrás da que se perdeu, numa
altura em que em algumas zonas diminuem os fiéis, e a postura do Bom
Samaritano, que se dedica ao outro». «Neste Sínodo, falaremos das maravilhas da
Família, e, como bons pastores e bons samaritanos, façamos conforme a indicação
de Paulo, de tudo fazer por amor a Cristo», concluiu.
Depois deste prelado, foi a vez do Cardeal Vingt-Trois, arcebispo de
Paris, pedir «que o trabalho que hoje iniciamos aqui possa ajudar a Igreja a
andar para a frente na sua missão». «A missão pastoral não é a de dificultar a
vida às famílias, mas apoiar no aprofundamento e na procura da verdade sobre a
vida», defendeu o cardeal francês, já que, adiantou, «o futuro da família está
no coração das preocupações das pessoas de hoje».
«É preciso perceber que este será um caminho que terá de ser feito não
só aqui, mas depois em todo o tempo entre as duas sessões do Sínodo. Não vamos
procurar encontrar resultados para problemas tão graves em apenas duas
semanas», pediu o cardeal Vingt-Trois.
Os trabalhos iniciaram com a intervenção do Cardeal Baldisseri, que fez
uma contextualização do caminho sinodal feito desde a convocação do Sínoco no
ano passado, deu algumas indicação práticas, e pediu também que o espírito
sinodal permita que os participantes procurem a Verdade num clima de diálogo e
partilha. Os trabalhos da manhã iniciaram depois desta intervenção. Os temas sobre os quais os
bispos se irão debruçar são «O desígnio de Deus sobre matrimónio e família»
e o «Conhecimento e receção
da Sagrada Escritura e dos documentos da Igreja sobre matrimónio e família».
Hoje será ainda entregue o relatório preliminar do Sínodo. Poderá
continuar a acompanhar todos os trabalhos do Sínodo em www.sinododafamilia.familiacrista.com
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