O Cardeal Lorenzo Baldisseri liderou hoje, na sala de imprensa da Santa
Sé, em Roma, a primeira conferência de imprensa sobre o Sínodo da Família que
se inicia domingo, dia 5. Enquanto Secretário-geral do Sínodo, o cardeal
Baldisseri afirmou que espera que «a livre expressão seja o principal traço do
Sínodo, que terá lugar num ambiente de profundo respeito por todas as posições»
que irão ser apresentadas.
Apesar de haver várias posições dissonantes sobre muitos dos assuntos a
debate, o cardeal Baldisseri defende que «é importante que se exprimam com
coragem», seguindo na linha das respostas recebidas aos lineamenta. «O amplo
material que recebemos indica a sinceridade e a liberdade com que o questionário
foi conduzido e respondido», sustentou o prelado aos jornalistas presentes na
sala de imprensa.
«Este é um primeiro momento de um percurso sinodal que se concluirá com
a assembleia do próximo ano. Mesmo o consistório do próximo ano terá este
assunto para debater», informou o cardeal Baldisseri, que adiantou que o tema
do próximo sínodo, em 2015, será a “Vocação e a Missão da Família e da Igreja
no mundo contemporâneo”.
Dos 191 padres sinodais que irão estar presentes em representação das
conferências episcopais de todos os continentes, 78 virão da Europa, 42 de
África, 38 da América, 29 da Ásia e 4 da Oceânia. Convidados a participar estão
também especialistas e casais de leigos, que irão falar para a assembleia todos
os dias, durante esta primeira semana de reuniões. «Cada casal terá 4 minutos
para intervir, à semelhança dos cardeais que desejem tomar a palavra», informou
o cardeal Baldisseri.
Devido a esta diversidade cultural e de realidades, e apesar do que vem
sido noticiado pela imprensa do Ocidente, a situação dos divorciados e
recasados não será o único tópico em cima da mesa. «Em todas as entrevistas que
já dei, expliquei que o tema dos divorciados e recasados era apenas uma das
questões a serem debatidas. Certo que é um assunto que interessa muito a alguns
setores, mas temos padres sinodais que vêm de todas as partes do mundo, e serão
muitos os assuntos a debater, não apenas aqueles que dizem respeito ao
Ocidente», explicou o secretário-geral do Sínodo.
Uma das novidades deste ano é a introdução de um serviço de Twitter (https://twitter.com/HolySeePress),
que permitirá a todos os interessados manterem-se atualizados sobre as várias
temáticas que irão ser abordadas no sínodo quase em tempo real.
Quanto às intervenções dos cardeais, as mesmas não serão disponibilizadas
por escrito. O tema gerou algumas dúvidas aos jornalistas ali presentes, mas o
cardeal explicou que «o objetivo é não limitar as intervenções dos cardeais ao
texto escrito». No entanto, e ao contrário do último conclave, por exemplo, «todos
os participantes no sínodo estarão disponíveis para responder a perguntas, pelo
que poderão fazer essas perguntas diretamente a quem desejarem», explicou o
cardeal aos jornalistas presentes.
O Papa Francisco estará a presidir aos trabalhos todos os dias, e
deverá liderar a oração matinal diariamente, assim como fazer a abertura da
primeira congregação, e será, obviamente, «livre de intervir nos trabalhos
sempre que o desejar», informou o prelado italiano. No final do Sínodo, haverá
um documento de trabalho com «uma grande proposta» que será entregue ao Papa, e
que irá «servir de base para preparar o próximo Sínodo» de 2015, e que será
tornado público assim que estiver compilado e finalizado.
Outra novidade anunciada pelo cardeal Baldisseri é que os trabalhos do
Sínodo irão ser acompanhados por orações diárias na Basílica de Santa Maria Maior,
em Roma, na capela “Salus Populi Romani”.
O Sínodo terá início no domingo, dia 5, com uma celebração presidida
pelo Papa Francisco. Poderá acompanhar todas as incidências desta grande
assembleia da Igreja de todo o mundo em www.sinododafamilia.familiacrista.com
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