
No meio de toda a confusão mediática que alguns órgãos, jornalistas e participantes no Sínodo procuram criar, é possível encontrar já frutos do que tem sido a discussão sinodal, que é afinal o que interessa ao Papa e a todos os que seguem o evento com atenção. Desde logo, a comunicação e a linguagem. A Igreja está verdadeiramente preocupada com a forma como recebe e acolhe as pessoas. A linguagem é uma preocupação que vai estar nas prioridades da Igreja, assim como a preparação para o matrimónio.
Depois de, no último Sínodo, os padres sinodais terem falado de uma melhor preparação, mas sem aumentar o tempo ou o peso, agora o discurso mudou e já se fala na necessidade de uma formação maior no tempo, que permita uma ligação à comunidade, e a urgência de um acompanhamento pós-matrimónio, na comunidade, para ajudar a que não surjam tantas ruturas.
Os participantes no Sínodo valorizaram ainda o heroísmo da experiência familiar, e criticaram a visão demasiado ocidentalizada da realidade familiar, pedindo que se abra espaço para uma visão mais global da família.
Não sabemos se este Sínodo será suficiente para o Papa, ou se haverá mais sessões sinodais, ou outras formas de aprofundamento destas matérias. Mas o que parece claro é que o Espírito atua já sobre a aula sinodal. É certo que virão mudanças, no sentido da Igreja poder chegar mais perto de quem precisa da sua misericórdia, da sua atenção, do seu carinho. Quais serão, só o Papa saberá.
A nós, resta-nos acompanhar os trabalhos com a certeza de que a Igreja não está parada, está viva e desejosa de, como há dois mil anos, apresentar a sua Boa Nova a todos os povos, mesmo que isso signifique abanar as fundações e fortalecer os princípios.
Texto: Ricardo Perna
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