17 de novembro de 2014

Papa confirmou participação no Encontro Mundial das Famílias e rejeita família «ideológica»

O Papa Francisco disse hoje no Vaticano que a Igreja Católica rejeita uma família construída com base em ideologias que ignoram a «complementaridade» de um pai e de uma mãe na educação dos filhos. «As crianças têm o direito de crescer numa família, com um pai e uma mãe, capazes de criar um ambiente idóneo para o seu desenvolvimento e o seu amadurecimento afetivo», declarou, perante os participantes num colóquio inter-religioso sobre a complementaridade homem-mulher, promovido pela Congregação para a Doutrina da Fé (Santa Sé), noticia a Agência Ecclesia.

Francisco aproveitou esta ocasião para confirmar a participação no 8.º Encontro Mundial das Famílias que vai decorrer em setembro de 2015, na cidade norte-americana de Filadélfia. A intervenção alertou para a «armadilha» de se qualificar a família a partir de conceitos de natureza ideológica, com um valor limitado do ponto de vista histórico e antropológico.
«Não se pode falar hoje de família conservadora ou de família progressista: a família é família. Não a deixemos qualificar assim com este ou outros conceitos, de natureza ideológica. A Família é por si mesma, tem uma força própria», precisou o Papa.

Francisco elogiou a escolha do tema da «complementaridade» para este colóquio internacional, considerando que o conceito está «na base do matrimónio e da família». Neste contexto, o Papa alertou para a «crise» provocado por uma «cultura do provisório», que leva cada vez mais pessoas a evitarem o compromisso do casamento. «Esta revolução dos costumes e da moral içou, por muitas vezes, a bandeira da ‘liberdade’, mas na verdade trouxe devastação espiritual e material a muitíssimos seres humanos, especialmente aos mais vulneráveis», lamentou.

Francisco disse ser claro que o declínio da cultura do matrimónio está associado a uma série de problemas sociais, que atingem em particular as crianças e os idosos, sublinhando que «a família continua a ser o fundamento da convivência e a garantia contra a desintegração social».
«O compromisso definitivo para a solidariedade, a fidelidade e o amor fecundo responde aos anseios mais profundos do coração humano», referiu.

O Papa concluiu com votos de que este encontro possa servir como inspiração para «todos os que procuram apoiar e reforçar a união do homem e da mulher no matrimónio como um bem único, natural, fundamental e belo para as pessoas, as famílias, as comunidades e a sociedade».

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