O Patriarca Gregório III, da Igreja Greco-católica Melquita da Antioquia e de todo o Médio Oriente, Alexandria e Jerusalém,
com sede em Damasco, está em Portugal para falar da situação dos cristãos no
Iraque e na Síria, a convite da fundação Ajuda à Igreja que Sofre. No final da
conferência que proferiu na Fundação Pro-Dignitate, em Lisboa, esteve à conversa
com a Família Cristã sobre o Sínodo da Família que decorreu em Roma, onde
participou.
Gregorius III mostrou-se satisfeito com o evento, que classificou de
«convincente». «Pudemos ver, através da opinião de todos os bispos de todo o
mundo, como está a situação em todo o lado e agora podemos ver como lidar com
estas questões em cada país e vamos trazer as nossas ideias para o sínodo do
próximo ano», afirmou.
Para o Patriarca sírio, não foram tomadas decisões não por
falta de consenso, mas por não haver indicações nesse sentido, daí apenas terem
surgido propostas e reflexões nos documentos apresentados aos fiéis. No que
toca à Igreja do Médio Oriente, Gregorius III defendeu que, apesar dos
problemas que afetam as famílias nos diferentes continentes, «a única zona que
não tem problemas na família em todo o mundo é o Médio Oriente».
«Apesar dos outros
problemas que temos, como a guerra ou a pobreza, a família é algo que se mantém
forte. Pai, mãe, avós, tios… todos se protegem e protegem a família. Aqui na Europa
isso não acontece, cada um olha por si. Este tipo de sociedade que temos lá ajuda-nos
a defender a família», sustentou o prelado, que afirmou que se mostrou
espantado por verificar a existência de tantos problemas que não existem nas
suas comunidades e famílias.
O Patriarca alertou para o risco de deixar a ideologia
secularista e que privilegia o relativismo vingar onde parece que está a ganhar
terreno, como a Europa e a América do Norte, comparando-a à ameaça do Islão ou
mesmo do autoproclamado Estado Islâmico. «A ideologia secularista ateia é mais
perigosa para o Cristianismo e para a fé que o Islão ou o ISIS», avisou.
E é
nesse sentido que deixa a proposta. «A Europa deve olhar para o Médio Oriente
quando pensa na família. E do Oriente virá a luz, como se diz, e nós estamos no
berço da Cristandade, pelo que podem aprender connosco e com a nossa experiência»,
garantiu o prelado sírio.
Texto e Fotos: Ricardo Perna
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