13 de novembro de 2014

Bispos portugueses querem debater relatório do Sínodo com peritos



No final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel referiu que a reflexão feita pelos bispos portugueses sobre o Sínodo da Família que decorreu no passado mês de outubro em Roma vai no sentido de «aproveitar as reflexões do relatório final», para que se possam reflectir as questões mais importantes na preparação do sínodo ordinário dos bispos do próximo ano no Vaticano. «A indicação que vem de Roma é que aproveitemos as conclusões do relatório final do Sínodo para que sirvam de base da reflexão e depois nos assessoremos com peritos de diversas áreas», disse D Manuel Clemente aos jornalistas.

No comunicado final da Assembleia, os bispos referiram que o relatório final «servirá de apoio, a nível da CEP e das várias instâncias diocesanas, para a preparação da próxima sessão ordinária», e adiantaram que a prioridade, em Portugal, será dada prioridade «à pastoral familiar, para que a comunidade cristã seja sempre autêntica “família de famílias”», sem no entanto «descurar as várias problemáticas e dificuldades relacionadas com a família».

O presidente da CEP não especificou como será feita esta reflexão, mas indicou que a CEP irá eventualmente contar com peritos de diversas áreas nas suas reflexões. «A CEP vai trabalhar com peritos, mas também as dioceses irão trabalhar, só ainda não sabemos como, o secretariado permanente é que vai dinamizar isso», referiu o prelado aos jornalistas.

Sobre a abertura a mudanças na Igreja, D. Manuel Clemente sustentou que os «bispos portugueses estão com muito boa vontade para conciliar da maneira mais autêntica a tradição católica com as respostas que precisamos de dar a situações mais graves ou que são mais frequentes do que eram antigamente», à semelhança do que «já se vem a fazer na Igreja em todo o mundo», acrescentou.

O Patriarca de Lisboa ordenou as temáticas que terão de ser abordadas por todos os que quiserem reflectir sobre este tema. «Existem três alíneas a abordar: o interesse pela realidade familiar, reforçar a formação dos casais e outros agentes e encontrar formas de resolver, dentro da nossa tradição, os problemas que existem e hoje se colocam», elencou o prelado.

Revelando que ficou «surpreendido» com a capacidade de resposta ao questionário enviado pelo Papa aos fiéis, D. Manuel Clemente explicou que as pessoas consideram que «a temática da família é fundamental na sociedade, é uma realidade básica onde a presente situação ainda mais sublinha a sua importância, com os desafios da intergeracionalidade». «Há uma necessidade de reforçar o apoio às famílias para que elas não se sintam tão desamparadas», defendeu.

Na questão da formação e preparação para o matrimónio, o presidente da CEP defendeu que «os cursos de preparação para o matrimónio são importantes, mas insuficientes para fazer face às necessidades dos casais hoje em dia, já para não falar do acompanhamento pós-matrimónio», e lembrou que «a doutrina da Igreja precisa de ser afirmada em contraste com outras realidades familiares que existem».

0 comentários:

Enviar um comentário