30 de setembro de 2014

Como vai funcionar o Sínodo da Família?


Mais de 250 pessoas vão participar no próximo Sínodo dos Bispos em Roma, entre 5 e 19 de outubro, sobre os desafios da família. Segundo a Rome Reports, o Papa Francisco pediu que fosse feitas mudanças na estrutura habitual dos sínodos, para que as reuniões podem ser mais eficientes. Neste sentido, cada dia vai lidar com um tema do Instrumentum Laboris, o documento de trabalho sobre o Sínodo que foi publicado a 26 de junho.

O cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, explica que o objetivo é tornar os trabalhos mais «flexíveis». «Gostaríamos que o desenvolvimento do trabalho seguisse a ordem de temas do Instrumentum Laboris. Foi assim no passado, mas era mais flexível. Gostaríamos de segui-lo com esta ordem precisa», afirmou, entrevista à Rome Reports.

Um bispo encarregado do tema do dia abrirá a sessão com uma explicação. Em seguida, os casais que foram convidados a estar presentes terão o seu tempo para falar ao Sínodo. «Durante as sessões haverá um casal que vai dar o seu testemunho sobre o tema que está sendo discutido. Então, depois haverá intervenções da sala», explica. Poderá falar quem desejar, por ordem alfabética e durante quatro minutos. Poderão ainda fornecer uma versão escrita da sua intervenção.

No final do dia, haverá um momento de debate aberto, que terá a duração de uma hora, e em que todos vão falar sobre o tema discutido durante o dia. Este é um aspeto introduzido por Bento XVI, que permanece neste Sínodo. «Para os debates abertos, vamos tentar permitir que o maior número de pessoas possa falar. Cada um fala uma, não duas vezes, no mesmo dia», precisou o prelado.

O Sínodo vai ser confrontado com os problemas enfrentados pelas famílias nos cinco continentes, situações distintas em ambientes muito diferentes. «Vamos discutir os problemas que também foram destacados pelos meios de comunicação, como os casamentos fracassados, separações, divórcios, etc. É um tema muito mais sensível no Ocidente, sem dúvida. Mas eu gostaria de salientar que cada continente tem seus próprios problemas», alertou o cardeal Baldisseri, sendo que será de esperar que sejam abordados mais assuntos para além dos que têm vindo a ser noticiados pela comunicação social.

O cardeal destacou vários problemas, tais como a poligamia na África ou as mulheres abandonadas com crianças na América Latina, como sendo passíveis de serem abordados com tanto ou mais detalhe que aqueles que têm sido avançados pela comunicação social. Os preparativos finais estão sendo feitos ao longo destes dias antes do início do Sínodo a 5 de outubro.
 
Ricardo Perna (com Rome Reports)

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